O autor e psicólogo Robert L. Leahy definiu em um de seus livros que estamos vivendo a era da ansiedade. E, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), nós brasileiros somos o povo mais ansioso do mundo.
Você está se perguntando qual a proporção desta afirmação? Bom,
9,3% da população têm algum transtorno de ansiedade,
o
que equivale a quase 19 milhões de brasileiros. Já a depressão é presente na vida de 5,8% dos brasileiros, sendo importante destacar que o indivíduo que sofre de um transtorno de ansiedade têm maior tendência a se tornar clinicamente deprimido, além de maior tendência a fazer uso de substâncias, como álcool.
Com números tão elevados, é preciso saber quais os sintomas e como tratar esses transtornos. Mas, ainda mais importante, é
romper os preconceitos sociais e médicos que cercam as doenças mentais.
Se a situação já precisava ser acompanhada antes da pandemia da Covid-19,
o
novo coronavírus intensificou nossas questões de saúde mental em todo o mundo. Por isso, também é o momento de falarmos sobre o impacto do novo coronavírus neste cenário.
Quer se aprofundar neste assunto? Faça uma boa leitura até o final e, claro, busque ajuda de especialistas!
Compreender o papel que a ansiedade desempenha em sua vida, pode ser fundamental para manejá-la. Por isso, podemos iniciar entendendo o que a evolução humana pode nos ensinar sobre a ansiedade.
De acordo com
Robert l. Leahy em seu livro chamado Livre de Ansiedade, ela
faz parte da nossa herança biológica, nossos ancestrais viviam em um mundo repleto de perigos que ameaçavam suas vidas, como fome, predadores, plantas tóxicas entre outros perigos. Portanto, o medo tinha a função de proteger, estar atento, e esse medo era adaptativo para a sobrevivência.
Hoje em dia, os desafios que encontramos são diferentes, mas nosso cérebro continua funcionando desta mesma forma. Ou seja, usamos as mesmas regras que nossos ancestrais, e nosso sistema de alerta nos sinaliza perigos que muitas vezes não são reais, tornando assim nossas preocupações e ansiedade desadaptativas.
Em algumas situações a ansiedade domina nossa mente 24 horas por dia e descansar se torna algo impossível, afinal não conseguimos “desligar” o processo do pensamento, gerando ainda mais ansiedade, devido nossos pensamentos catastróficos e cenários assustadores que se apresentam em nossas mentes. E isso tudo, porque acreditamos que nossas preocupações são importantes, precisamos estar prontos para soluções e problemas futuros, que na maioria das vezes não acontecem.
Se você sofre de ansiedade é necessário entender que é um assunto sério, e que pode gerar um grande impacto em sua vida, assim como a depressão ou qualquer doença que diz respeito à saúde mental, é uma
condição de saúde. Ou seja, do mesmo modo que passamos por doenças físicas, existem as doenças mentais.
A partir da clareza desta noção, conseguimos dar a importância necessária para a ansiedade e para o indivíduo que é afetado por ela. Afinal, apesar de ser um pensamento ainda enraizado na sociedade,
a ansiedade não trata-se de “frescura”, “preguiça”, ou “enrolação”. É uma condição que apresenta sintomas e precisa de tratamento. Falaremos sobre isso em breve!
Como vimos acima, a ansiedade faz parte de nossa herança genética e precisamos dela para sobreviver, é uma característica comum em todos os humanos. Sendo assim, o que a torna patológica é a intensidade e prejuízos que gera no indivíduo e em sua rotina.
Ainda, é relevante destacar que quando se trata de transtorno de ansiedade podemos imaginar como um grande “guarda chuva”, que abriga diversos transtornos. Por exemplo, como a
fobia específica, transtorno de ansiedade social, transtorno de pânico e transtorno de ansiedade generalizada, conhecido também como TAG (vamos falar sobre esses dois últimos a seguir).
O
TAG é muito comum, porém muitas vezes não é diagnosticado ou tratado, devido serem sintomas comuns no dia a dia ou estarem relacionados a outras patologias. O nome correto deste distúrbio é
Transtorno Generalizado de Ansiedade, ou TAG.
Com base no Manual de Classificação de Doenças Mentais (DSM-V), o transtorno é definido pela
“presença de preocupação excessiva ou expectativa apreensiva”, ocorrendo na maioria dos dias e por pelo menos seis meses.
Você pode estar se questionando, então, como diferenciar a ansiedade comum do TAG. Entenda:
Os sintomas são:
Uma técnica que pode auxiliar você com as preocupações exageradas é anotar em um papel suas preocupações e dividi-las em produtivas e improdutivas:
É importante ressaltar que
qualquer pessoa pode desenvolver um transtorno de ansiedade, e em qualquer idade. Em relação às causas dos transtornos, são consideradas multifatoriais, considerando fatores genéticos (histórico familiar), ambiente, temperamento, além de traumas, estresse excessivo, comportamentos, doenças pré-existentes, e outros.
Outro transtorno de ansiedade muito comum é o transtorno de pânico, que em alguns casos o episódio acontece quando a pessoa está dormindo e até pode ser confundido com um infarto. Neste caso, o que irá diferenciar um ataque de pânico de um transtorno de pânico é a frequência/repetição em que irá acontecer, e por isso, a importância da avaliação de um profissional.
Ataques de pânico são recorrentes e inesperados. Sendo que
um ataque de pânico é um surto abrupto de medo intenso ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem alguns sintomas como:
Para chegar ao diagnóstico de algum Transtorno de Ansiedade, o indivíduo deverá se consultar com um médico clínico geral ou psiquiatra e, se possível, também um psicólogo.
O médico fará uma
avaliação clínica e também uma
análise do histórico do paciente. Além disso,
exames poderão ser solicitados. Outro ponto importante é que, durante o diagnóstico, será necessário fazer
comparações, descartando ou identificando, outras patologias.
Assim, será possível propor os tratamentos mais adequados de acordo com cada indivíduo. Afinal, a ansiedade se manifesta em cada pessoa de maneiras diferentes.
Atenção: qualquer tipo de tratamento deve ser orientado e acompanhado por um médico especialista, assim como profissionais de apoio psicológico. Apenas médicos podem receitar remédios, e recomendar as doses e o tempo necessário, sendo expressamente contraindicado a automedicação.
Os tratamentos mais comuns são:
Com a pandemia causada pelo novo coronavírus, a sociedade enfrenta um desafio histórico. E, claro, há reflexos nítidos na população mundial. Afinal, dados já apontam o aumento de depressão, ansiedade e outras condições de saúde mental.
De acordo com a OMS, tais distúrbios estão sendo intensificados ou amplificados devido às consequências da Covid-19 no mundo:
perda de pessoas amadas, desemprego, longos períodos de
distanciamento social, medo do contágio, e outros.
Diante deste cenário, mais do que nunca é necessário
abordar e buscar
soluções para a saúde mental coletiva e individual. Neste momento, as principais opções são
consultas à distância, terapia por meio virtual e grupos de apoio online. Além de iniciativas públicas, privadas e sociais para possibilitar acesso a todos.
Se você estiver passando por isso, não tenha vergonha, não se culpe, e procure tratamento. Pedir ajuda não é sinal de fraqueza, mas sim de coragem, amor próprio e compaixão por si mesmo. Além disso, o
Centro de Valorização da Vida- CVV (188) realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo de maneira gratuita e com total sigilo, 24 horas.
Quer saber mais sobre este assunto? Leia agora nosso artigo completo sobre as principais doenças de saúde mental!
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